terça-feira, 2 de abril de 2013

Serial killer de animais é encontrada vivendo no Paraná e tutelando animais




Foto: Reprodução/Record
A reportagem apresentada ontem, no Domingo Espetacular, traz novidades no caso da serial killer de animais, Dalva Lina, foragida a um ano. Após investigação, repórteres da Record ficaram frente a frente com a mulher acusada de ter assassinado 37 animais domésticos. De acordo com a polícia, em janeiro do ano passado, a dona de casa Dalva Lima, que se passava por protetora de animais, teria jogado no lixo 33 gatos e quatro cachorros mortos.
Mais de um ano depois, ainda não há previsão de data para julgamento. Segundo as associações de defesa e proteção dos animais, além de matar com crueldade, ela retirava o sangue dos corpos, não se sabe com que objetivo. Estima-se que, em dez anos, ela tenha matado cerca de 30 mil animais.
Procurado, o ex-marido de Dalva mostra o quarto da morte, onde ela executava os animais, segundo a polícia. A investigação aponta que Dalva descartava os animais em sacolas de lixo em frente às casas vizinhas para disfarçar.
De acordo com o inquérito policial, a serial killer aplicava uma injeção letal nos cães e gatos em um quarto pequeno de sua casa, que está à venda. O laudo toxicológico apontou que os 37 animais encontrados em sacos de lixo e na casa de Dalva, na noite de 12 de janeiro de 2012, na Vila Mariana (SP), foram a óbito devido a uma alta dosagem de anestésicos injetados diretamente no coração. Todos os animais, na maioria filhotes, tinham uma perfuração no peito. A única exceção é da cachorrinha de laçinho rosa (foto), entregue à Dalva algumas horas antes do crime, que apresentava 18 furos na região peitoral, o que indica que houve dificuldade em localizar o coração do animal e isso deve ter causado um sofrimento terrível.
A cachorrinha de lacinho foi morta horas após de ser entregue para adoção. Foto: divulgação
Durante a visita de um dos produtores do programa Domingo Espetacular, o ex-marido afirma que Dalva mora, atualmente, no Paraná.
Encontrada
Após a investigação, Dalva foi encontrada vivendo em uma chácara, no Estado do Paraná. Graças a uma câmera escondida, ela foi filmada tutelando, entre outros animais domésticos, uma ovelha e uma égua.
No vídeo ela afirma que gosta muito de animais. Alega ser vegetariana e declara que cuida dos bichos, como a égua, que diz ter comprado para evitar que sofresse ainda mais.
“Eu tenho gato, cachorro. Agora comprei essa égua, faz quatro dias, magrinha doente. Eu ‘to’ tratando ela, mas, já está melhorando, nesse pouco tempo ela já esta melhorando, pois eu cuido bem”, diz Dalva.
A maior serial killer da história, mesmo após ter confessado seus crimes, continua colocando a vida de animais inocentes em risco.
Perguntas ainda sem respostas
Dalva não tinha problemas com dinheiro. Podia pagar escola particular para duas filhas e tinha casa própria. É viúva de um médico que a deixou numa boa situação financeira. Aparentemente, não há motivação comercial para os crimes e nem faltava dinheiro para ração e custos veterinários. Mas Dalva alegou que estava tendo dificuldade de encontrar adotantes e que não podia manter os animais, então por qual razão continuava recebendo-os? E por que simplesmente não os soltava em qualquer lugar para que tivessem a chance de serem adotados? Qual sua real motivação para matar?
Foto: Divulgação
A Santa Casa de Misericórdia, com ajuda do CCZ e de protetores, entregou cerca de 300 gatos na casa de Dalva alguns anos atrás, cujo paradeiro ela nunca soube informar. Na ocasião do crime algumas pessoas foram ao DPPC para contar que entregaram animais a ela ou relatar o que sabiam, mas de janeiro para cá mais ninguém apareceu ou entregou provas. Por que as pessoas que resgataram esses animais, castraram, vacinaram e queriam um lar para eles não se uniram para denunciar uma mulher que é, provavelmente, a maior matadora de animais de todos os tempos?
Na parte superior na casa de Dalva se localizava o quartinho sem janelas, parecido com um porão. A faxineira da casa contou que era proibida de entrar nesse recinto, mas nas raras ocasiões em que esteve lá para a faxina, viu sangue, fezes e urina. Na noite da vistoria o quartinho tinha móveis velhos, jornais e gaiolas. A filha mais velha, que morava na parte de baixo da casa, nada ouvia? Será que esses animais confinados e aguardando a morte não choravam, miavam, latiam e suplicavam por socorro? Por qual razão Alice não ajudava esses animais?
A Lei
Dalva responderá por crime continuado contra a fauna com o agravante de morte dos animais. Trocando em miúdos, se Dalva matasse um ou 50 animais na mesma noite ou ainda milhares ao longo dos anos, isso não interferiria em seu julgamento segundo a lei brasileira. E o fato dela própria admitir que matou inúmeros animais saudáveis, muitos já castrados, vacinados e prontos para adoção, também não agrava a situação, segundo o delegado.
“A esperança é que o Caso Dalva sirva de referência para que a lei de maus-tratos a animais seja mudada com urgência. Atualmente não há, por exemplo, lei em vigor proibindo uma pessoa como Dalva de ter novos animais mesmo com a evidência de que ela representa um perigo para eles”, comenta Celso Damasceno, da Divisão de Investigações Contra o de Meio Ambiente do DPP.
Petição
A morosidade da justiça em julgar o caso de Dalva Lima, a serial killer de animais, motivou a ANDA a lançar, em parceria com a Change.org, uma petição, a ser entregue ao governador Geraldo Alckmin, pedindo a criação de delegacias de proteção aos animais, exigindo justiça às vítimas de Dalva e para acelerar as investigações e processos de crimes contra animais. Clique aqui e assine.
Apesar disso, a petição, que pede Delegacias especializadas em animais e já reúne mais de 33 mil assinaturas, não conquistou totalmente seu objetivo. A promessa de uma audiência com o Governador Alckmin nunca foi cumprida. Mesmo com o próprio Secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, se comprometendo pessoalmente em agendar a entrega do abaixo-assinado, a tal audiência nunca foi marcada.
Para ajudar a pressionar o Governador Alckmin, escreva uma mensagem curta para o e-mail: assessoriagovernador@sp.gov.br, pedindo para ele marcar uma audiência para receber o abaixo-assinado das delegacias dos animais e justiça no caso Dalva.
Reportagem
Veja aqui a matéria completa, veiculada no programa Domingo Espetacular, da Record.

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